BENVINDOS ÁS MISTURAS DE SENTIMENTOS SUBSTANCIAIS MERAMENTE VERBALIZADOS

Meus verbos substanciais
Simples, onde houve o que haveria de ser o sonho eternizado se mostrou sol e lua... ou a noite de costas.
Numa dança insana, se envolveram e se mostraram cruéis e paralelamente acolhedores aos maltrapilhos esfarrapados.
Não quis saber a que veio e veio deixar a ver navios...
Os navios foram porta-aviões, mas eles nele somente decolavam!
Descolaram os encantos e arrebataram os desejos!
Trouxeram os ensejos nas páginas de miséria,
Misericordioso sobrevivente da mesmice.
Se declaram expressivos os pobres incompetentes dependentes da inspiração.
Sobreviverão por mim, enquanto eu sobreviver.
Pequenas páginas, sermos bons amigos.

domingo, 30 de maio de 2010

¼

Então abrirei a janela e deixarei a luz entrar

Impressionantemente a alma surta

Invadida pela paz incondicional

De uma manhã de outono

Uma corrente de vento que entra alternada

Em intervalos súbitos

Vem como cortesia.

Aleatoriamente se mistura com suspiros

De um coração faminto

Almejante de amor

Mas que ainda vive

Enquanto houver ainda

O alimento esperança

Na linha do horizonte pela janela da alma

Há uma barreira, mas só reflete o infinito

Estampado de belo azul celeste

E branco que remete a paz.

Na linha do horizonte

Não há mais a serra que encerra

Enquanto no peito há um coração que esperará

Pacientemente pelo dia de AMOR!

Rodrigo Fernandes

Março/2010

PRESENTE DOR DE PASSADO

De que vale me livrar de todos os objetos

Esquecidos e no velho armário guardado?

De que me adiantaria doar todos os presentes

Que evidenciam o passado?

Se meu maior presente foi você?!

E este que está ancorado

Num peito consternado

E faz do meu presente acerbo f

eito o ódio amargurado

Equilibrando, porém nos pilares de um passado

Errôneo ou judicioso

Que se titubeia em sentimentos aguçados!

Um sonho desencadeado em perturbações!

O sonhador migra em distintos corações

Interpelando o destino

De um pobre menino

Em plena fobia

Em busca de razões de tanta nostalgia

Que desvaira em tempos certeiros

Mal se adéqua a lidar com os anseios

Um ser frágil, frustradamente

Insano completamente

Não deseja mais querer amar,

E nem querer amor

Na funesta estação do início do fim.

Torna-se o refém do medo e da dor.

Rodrigo Fernandes

Maio/10

FUSÃO DE ANSEIOS DA FACE DO MEDO


JÁ É TARDE E FAZ FRIO

RUÍDOS EXTERNOS PRODUZEM UMA TRILHA DISCRETAMENTE

INCÔMODA EM OUVIDOS INCLINADOS A OUVIR OS PRETEXTOS

DESTES OLHOS MAREJADOS PERDIDOS NA RAZÃO DE TANTO

DESCONTENTAMENTO

A CABEÇA GIRA PRA TODOS OS LADOS E VÊ EM TUDO O QUE NÃO SE VÊ

EM NADA...

E SE ENVERGONHA AO SER VISTO EM MOLÉSTIA DE NOBRE COMISERAÇÃO

FAZ FRIO DENTRO DE MIM

E UMA AGONIA FEBRIL CONFLITA NOS ARRANJOS DE ALMA E RAZÃO

O CÉU ESTÁ MAIS BAIXO

ENTRETANTO NÃO POSSO TOCAR AS ESTRELAS

SOBRAM ENTÃO NAS ENTRELINHAS

UM ESPÍRITO ESTÚPIDO AOS FARRAPOS

E UM GOSTO AMARGO DE SOLIDÃO

LÁ FORA,

OS RATOS ESTÃO MORTOS A BEIRA DA CALÇADA

MAS É A CHUVA FINA QUE DIFUNDE SUA PODRIDÃO

E ME ARRANCA UMA VERTIGEM CONFUSA

DA CADEIA DAS LÁSTIMAS MAIS EXACERBADAS

E TRAZ A TONA TUDO QUE JÁ FOI PAZ

E É HOJE DENTRE TODOS OS ANSEIOS

A MAIS LOUCA DESESPERAÇÃO

Rodrigo Fernandes

Abril/10